A Reforma Tributária representa uma das maiores transformações no sistema de tributos brasileiro nas últimas décadas.
Ela promete simplificar o modelo atual, reduzir custos operacionais e trazer mais previsibilidade para empresas de todos os portes, mas também exige adaptação e planejamento.
A seguir, você confere tudo o que muda, os impactos no Simples Nacional e as principais providências para preparar sua empresa para essa nova era tributária.
Os cinco tributos atuais: PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS, serão substituídos por dois novos impostos:
CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) – de competência federal
IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) – de competência estadual e municipal
Essa unificação padroniza regras, alíquotas e obrigações acessórias, reduzindo o custo de conformidade e simplificando o sistema tributário.
As empresas poderão recuperar todo o imposto pago na cadeia, reduzindo o chamado “efeito cascata”.
O crédito será automático, eliminando a burocracia atual das compensações.
Essa mudança tende a melhorar a eficiência e a competitividade das empresas.
O imposto passará a ser cobrado no local onde o produto ou serviço é consumido, e não mais onde é produzido.
Essa alteração reduz a guerra fiscal entre estados e traz mais previsibilidade para os negócios.
Haverá uma alíquota padrão, estimada entre 25% e 27,5%, aplicada à maioria dos bens e serviços.
Setores como saúde, educação e transporte terão alíquotas reduzidas.
As empresas terão um período de adaptação progressiva, conforme o cronograma abaixo:
2026: CBS e IBS entram em vigor com alíquotas mínimas.
2027 a 2033: os tributos antigos serão extintos gradualmente.
Com regras unificadas e mais claras, a tendência é de redução das disputas judiciais e autuações fiscais.
A expectativa é a criação de um sistema eletrônico nacional único para apuração e recolhimento dos tributos.
Isso facilitará o cumprimento das obrigações fiscais e trará mais transparência.
A Reforma Tributária deve simplificar a vida das empresas, reduzir custos operacionais, melhorar a competitividade e trazer previsibilidade tributária.
Apesar de a alíquota total ser elevada, os créditos e a transparência devem compensar o impacto inicial.
A Reforma não extingue o Simples Nacional.
Micro e pequenas empresas (faturamento até R$ 4,8 milhões/ano) permanecem no regime atual, com as mesmas faixas e regras (até segunda ordem).
Empresas optantes pelo Simples poderão:
Continuar pagando todos os tributos em uma guia única (DAS); ou
Recolher o IBS e a CBS fora do Simples, para aproveitar créditos tributários.
Essa segunda opção pode ser vantajosa para quem vende para outras empresas (B2B), pois:
O cliente só poderá usar crédito se o imposto for destacado fora do Simples.
Isso pode reduzir a atratividade do Simples para empresas próximas ao limite de faturamento.
Com o novo modelo baseado em crédito e débito (IVA), empresas do Simples que não geram crédito para o comprador podem perder competitividade em determinados setores.
Exceções e regimes específicos permanecem
Setores com regimes diferenciados dentro do Simples (como MEI e prestadores de serviços) não terão mudanças imediatas.
O MEI continua existindo normalmente.
O novo sistema começa em 2026 e vai até 2033.
As regras do Simples Nacional permanecem inalteradas até a conclusão da transição.
O Simples Nacional será mantido.
Empresas que vendem para outras empresas devem avaliar se vale a pena destacar os tributos fora do DAS, para gerar crédito aos clientes.
A Reforma não obriga a mudança, mas abre novas alternativas que podem ser vantajosas para determinados perfis.
Levante todos os tributos pagos atualmente (federais, estaduais e municipais).
Entenda o peso de cada imposto sobre seus produtos e serviços.
Avalie como o sistema não cumulativo (crédito e débito) afetará sua empresa:
Sua empresa gera créditos suficientes?
Seus clientes exigirão nota com destaque de CBS e IBS?
Dependendo do cenário, pode ser mais vantajoso manter-se no Simples ou adotar o novo modelo parcialmente.
Analise se seus fornecedores estarão preparados para o novo sistema.
Compras de quem não gera crédito poderão se tornar mais caras.
Pode ser necessário renegociar contratos ou trocar fornecedores.
Adote ou atualize sistemas que permitam:
Gerenciar créditos com precisão;
Emitir notas fiscais com o novo layout (CBS/IBS);
Integrar-se ao sistema nacional eletrônico a ser criado.
Um ERP moderno e automatizado será essencial para garantir conformidade e eficiência.
As áreas de vendas, compras, faturamento e financeiro precisam compreender as mudanças.
É essencial que saibam emitir corretamente os novos documentos fiscais, peça-chave do novo regime.
Durante 2025, muitos pontos ainda serão regulamentados, como alíquotas, regimes especiais e normas operacionais.
Mantenha-se atualizado com:
Fontes confiáveis de informação;
Entidades de classe (SEBRAE, sindicatos, conselhos);
E principalmente, com a equipe da SiAnte.
Quanto antes sua empresa se preparar, compreendendo os impactos, ajustando preços, sistemas e equipe, mais tranquila será a transição para o novo regime tributário.